O Banco de Comércio e Indústria (BCI) e o Banco Yetu, duas instituições visadas pelo Banco Nacional de Angola (BNA), que os sancionou por crimes de contravenção, que se traduziu no incumprimento as regras e procedimentos de prevenção e combate ao branqueamento de capitais, financiamento ao terrorismo e proliferação de armas de destruição em massa, pronunciaram-se ao final da tarde de ontem, dia 29 de Abril.
Num comunicado de imprensa, a comissão executiva do BCI, liderada por Renato Borges, veio a terreiro reconhecer as deficiências detectadas pelo Banco Central, mas garante que estas dizem respeito à gestão do período em que o banco pertencia ao Estado. “As deficiências apontadas dizem respeito a práticas e procedimentos herdados de um período anterior à privatização”, lê-se no comunicado.
Entretanto, como quem herda um activo, com ele herda o passivo, os gestores da entidade financeira dizem estar a colaborar com o supervisor bancário, reafirmando que o plano de restruturação em curso, desde a migração da instituição para a esfera privada, baseia-se “em implementar um programa estruturado de reforço da sua goivernação corporativa, com especial atenção ao fornecimento do seu quadro de Compliance”.
Entre as medidas correctivas, com vista a mitigar riscos reincidentes, o BCI informou o mercado o seu plano de restruturação tem se traduzido “na revisão integral das políticas de prevenção ao BC/FT/P, reforço dos mecanismos de controlo interno, investimentos estratégicos em tecnologia para garantir rastreabilidade, segurança e conformidade, incluindo, a formação contínua dos seus colaboradores sobre as normas e boas práticas de compliance.
Banco Yetu reforça controlo interno
O novo conselho de administração do Banco Yetu, em cuja comissão executiva está Paulo da Cunha Fontes, reagiu na mesma direcção. Reconhecendo as falhas detectadas pela autoridade supervisora, com a qual diz ter cooperado ao longo do processo, os gestores do banco reafirmaram o compromisso de regularizar integralmente as matérias identificadas, ou seja, reforçar as áreas de compliance, auditoria interna e gestão de risco.
“No sentido de garantir uma actuação ainda mais robusta e alinhada com as melhores práticas regulamentares, o Banco Yetu tem vindo a reforçar significativamente as suas áreas de controlo interno”, lê-se no comunicado.
Com a nomeação de um novo board, a instituição diz que inicia uma nova etapa de governação corporativa, “garantindo assim a entrega de um serviço de alto valor para os clientes, sempre alinhado à legislação”.