O Banco de Fomento Angola (BFA) decidiu adiar sem nova data a reunião da mesa da assembleia-geral de accionistas que teve início no dia 1 de Abril, na qual os sócios do segundo maior banco em activos do País deveriam analisar 11 pontos, entre os quais a proposta de alteração dos estatutos do banco e a aplicação de uma remuneração variável para os membros da Comissão Executiva.
Na verdade, a reunião entre o governo do banco e os accionistas chegou a ter lugar na passada segunda-feira (01.04), mas a mesma acabou por ser inconclusiva. Os sócios do BFA entenderam realizar a reunião em duas fases, sobretudo para permitir que um dos sócios, o Banco Português de Investimento (BPI), possa ter uma participação presencial.
“Nada especial. Tínhamos muitos pontos em agenda e os accionistas decidiram fazer em duas fases até para termos o BPI de forma presencial em Maio”, confidenciaram duas fontes ao O Telegrama.
BCE força BPI a desfazer-se do BFA
O BPI, detinha uma posição de controlo do BFA, e há anos que tem sido pressionado pelo Banco Central Europeu (BCE) para reduzir essa exposição, no âmbito de medidas que aprovou para reduzir o risco dos bancos europeus.
Para contornar a pressão do regulador europeu, o Grupo BPI alienou, a 5 de Janeiro de 2017, 2% dos 50,1% do capital social que detinha no BFA a favor da telefonia angolana UNITEL. Mas em 2023, o BPI teve mesmo de ser forçado a colocar à venda a totalidade da sua participação no banco angolano, acabando meses depois por suspender a operação em consequência da desvalorização da moeda nacional.
A necessidade de o BPI abandonar o país resultada do facto de o Banco Nacional de Angola (BNA) ter perdido o estatuto de equivalência face à fiscalização europeia.
O Telegrama quis saber para quando retomaria a reunião representativa dos donos do segundo maior banco em volume de activos, avaliado em mais 3,5 biliões Kz (4,3 mil milhões USD), mas não conseguiu apurar junto do presidente da mesa da assembleia-geral de accionistas, Coutinho Nobre Miguel.