Os apelos foram feitos durante a 4.ª edição da Conferência Angolana Compliance (CAC), que decorreu numa das unidades hoteleiras de Luanda e debateu sobre a implementação das boas práticas corporativas no sector financeiro.
Para o administrador da Comissão do Mercado de Capitais, Sydney Teixeira, o compliance deve servir de uma ferramenta estratégica e operacional para mitigar alguns riscos, por um lado, tendo, por outro, salientado que as empresas que demonstram um compromisso firme gozam de maior confiança por parte dos investidores, clientes e parceiros estratégicos.
“Para além de promover uma maior confiança, o compliance ajuda a prevenir as fraudes financeiras e lavagem de dinheiro”, frisou.
Por seu turno, durante o 1.º painel de debate subordinado ao tema: “avaliação mútua”, o director do Departamento de Conduta Financeira do Banco Nacional de Angola, Oswaldo dos Santos, salientou que, para que se melhorem os níveis de confiança, é necessário que o exercício do cumprimento das normas de compliance comece primeiro pelo próprio Estado, a seguir as instituições em foco, as instituições não financeiras e, depois, os particulares.
“Os níveis de (pontuação) mais baixo em que Angola se encontra na lista do Grupo de Acção Financeira (GAFI) não é muito pelo sector bancário e não bancário, mas, sim, por algumas violações das instituições não financeiras”, clarificou.
Banca com dificuldade em saber origem dos fundos
Já o director da direcção de supervisão e inspecção da Agência Angolana de Supervisão de Seguros (ARSEG), Novaldo Cassule, aponta para baixo nível de literacia financeira e dificuldade de origem dos fundos como grandes causas do incumprimento das normas de compliance.
“Existe até ao nível da banca a dificuldade de saber a origem dos fundos porque temos um mercado informal grande. Ainda existem instituições que atropelam algumas etapas no cumprimento das normas de compliance,” disse o especialista, apelando para uma celeridade da formalização da economia.
Na visão do Divaldo Silva, director do departamento de supervisão de organismo de investimento da CMC, em termos de normas, estamos bem, entretanto, pecamos na eficácia. “É preciso olhar para o compliance como instrumento de gestão de risco”.
O evento, organizada pela NF CONFOJOUR, apresentou três painéis de discussão e contou com a presença de representantes de instituições financeiras.