De acordo com os dados extraídos do Relatório e Contas 2024, o investimento líquido da entidade gerou rendimentos de US$ 160 milhões, traduzindo-se em um retorno de 9,5% sob o valor investido em renda variável no mercado financeiros internacionais com maior alocação na América do Norte e em sectores estratégicos como tecnologia, financeiro, telecomunicações e indústria.
O relatório da entidade de investimento do governo, que gere e investe as reservas financeiras do país, explica que os investimentos líquidos incluindo as disponibilidades reservadas, foram alocadas aos investimentos e as aplicações de liquidez (depósitos à prazo e outras aplicações de curto prazo), e o seu retorno situou-se acima da expectativa média de retorno anual que foi previsto em 5% na Estratégia de Alocação de Activos (EAA) do FSDEA.
A prestação de contas do Fundo Soberano traz à tona a tendência de valorização da sua carteira de activos, com destaque no desempenho positivo das duas áreas de negócio que estruturam a estratégia de investimentos da instituição.
A primeira área de negócio, designada investimentos líquidos, registou um crescimento de 7,05% em 2024, situando-se em US$ 1,73 mil milhões, contra os US$ 1,62 mil milhões contabilizados no exercício anterior. Em paralelo, os investimentos alternativos, segunda área de negócio do FSDEA, igualmente tiveram uma performance positiva, ao avançar 6,67%, passando de US$ 660 milhões em 2023 para US$ 704 milhões em 2024.
As origens dos rendimentos que formaram a carteira de investimentos líquidos são provenientes de renda variável. “Os rendimentos são maioritariamente provenientes da classe de renda variável, composta por acções, dos quais mais de 65% alocados na América do Norte e em sectores estratégicos como tecnologia, financeiro, telecomunicações e indústria”, lê-se no relatório.
Para equilibrar o perfil de risco da carteira de investimentos líquidos, a equipa comandada por Armando Manuel, investiu em títulos de renda fixa governamentais, maioritariamente dentro do G7, em títulos “seguros”, com uma duração média entre 3 a 7 anos e com uma boa qualidade de risco, dentro do grau de investimento (Aaa-Baa), conforme a avaliação de agências de rating internacionais, como a Moody’s.
No período em análise, o Fundo Soberano de Angola (FSDEA) apresentou uma radiografia da sua segunda área de negócio, correspondente aos investimentos alternativos. Segundo os dados do relatório e contas da entidade, esta fatia da carteira esteve estruturada em duas componentes distintas.
Os números mostram que os investimentos ou participações societárias constituíram o núcleo central desta rubrica, absorvendo cerca de US$ 317,38 milhões.
A segunda componente registada diz respeito a valores a receber, contabilizados em US$ 94,95 mil, traduzindo compromissos financeiros de curto prazo ainda em fase de liquidação.
A peça de relato financeiro revela que, ao longo do ano passado, foi desmobilizado um montante de US$ 52 milhões de recursos da carteira de investimento líquida e foi alocada a carteira de investimentos alternativos, para aquisição de participações sociais em instituições financeiras multilaterais, nomeadamente, Africa Financial Corporation (AFC), Trade Development Bank (TDB) e Africa Export and Import Bank (AfreximBank).