Início da semana
Na semana em que o País assinala a efeméride do início da Luta de Libertação Nacional, a “Bolsa de Luanda” não registou nenhuma negociação nos quatro mercados regulamentados, depois de, na semana passada, fechar com o mercado de acções a registar um desempenho estático no preço médio negociado.
O preço médio das acções do BAI foi de AOA 58 185 (US$ 63,8), e as acções da BODIVA fixaram-se em AOA 23 363 (US$ 25,6). A cotação da ENSA esteve em AOA 18 987 (US$ 20,8) e, por último, a do BCGA revelou AOA 14 450 (US$ 15,8).
Pente fino à AGT
A semana terminou com um comunicado do Ministério das Finanças a anunciar uma auditoria no sistema de pagamento de impostos da Administração Geral Tributária (AGT), na sequência das irregularidades detectadas e que lesaram o Estado angolano em AOA 7 mil milhões, envolvendo alguns responsáveis daquela instituição.
Walter Pacheco e Odair Costa deixam a BODIVA
Walter Pacheco e Odair Costa renunciaram, respectivamente, aos cargos de presidente da Comissão Executiva e de Administrador Executivo da Bolsa de Dívida e Valores de Angola (BODIVA). Uma saída abrupta que colocou em suspense o mercado de capitais.
O novo CEO da BFA Capital Markets
Um dia depois de renunciar ao cargo de administrador executivo da BODIVA, o O Telegrama informou o mercado, em exclusivo, a ida de Odair José Rodrigues Costa para a BFA Capital Markets, a unidade distribuidora e valores mobiliários do Grupo BFA. A partir do dia 10 de Fevereiro, Odair sucede a Suzeth Bravo da Rosa na função de Chief Executive Officer. Terá um mandato de 3 anos.
BNA sanciona Acess Bank Angola
Na sequência da abertura de uma investigação em Outubro, o Banco Central confirmou o cometimento de duas infrações que
puseram em causa a credibilidade do mercado financeiro pela entidade bancária de capital maioritariamente nigeriano. Os factos que reportam ao período de presidência executiva de Rui Martins Pereira levou a que o Departamento de Regulação e Organização do Sistema Financeiro (DRO) do Banco Nacional de Angola (BNA) aplicasse a medida administrativa de “admoestação registada”.
Balancetes anuais da banca
A partir de 27 de Janeiro, a banca comercial começou a reportar os resultados financeiros do IV Trimestre de 2024. O destaque recai para a sucursal do Banco da China e o Banco Comercial do Huambo (BCH) que registaram lucros históricos desde o início das suas actividades.
O Banco da China em Luanda registou um lucro líquido de AOA 5,7 mil milhões (US$ 6,2 milhões), refletindo um crescimento de 1667%, face aos AOA 323 milhões (US$ 391 mil) calculados no igual período de 2023. Maior lucro de sempre do Banco, cujo início das suas operações foi a 5 de Junho de 2017.
O Banco Comercial do Huambo (BCH) registou um lucro operacional de AOA 8,9 mil milhões (US$ 9,8 milhões). Este resultado representa um crescimento de 132,6% face ao período homólogo cujo montante se fixara em AOA 3,5 mil milhões (US$ 4,2 milhões). É a maior colheita na história do banco fundado há cerca de 16 anos, precisamente a 17 de Junho de 2009 e, actualmente, presidido por Cristina Neto Lavrador.
Uma nota para o Standard Bank Angola, o banco de capitais sul-africano e angolano, que lucrou AOA 124 mil milhões (US$ 136 milhões, impulsionado pelas taxas de juros cobradas pelos cartões de crédito/adiantamentos e pelos créditos concedidos, com a calculadora apontar para um crescimento de 85% no lucro face aos AOA 67 mil milhões (US$ 80 milhões) alcançados no exercício económico de 2023.
A fechar, mas o primeiro banco a divulgar os seus resultados, reportamos os números do banco de Mário Palhares (BNI), cujo lucro líquido se fixara em AOA 8,6 mil milhões (US$ 9,4 milhões), conforme os dados preliminares do balancete individual publicado pela entidade.
Angola: Ascensão e decadência da dívida chinesa
Desde o primeiro ano de governação de João Lourenço, a trajectória da dívida com o “Dragão Vermelho” tem apresentado sinais de desaceleração, sinalizando uma dinâmica de redução gradual. Os dados espelhados no plano anual de endividamento revelam que, entre 2017 a 2024, Angola reduziu a sua dívida com a China em 47%, estando, agora, fixada em US$ 10,18 mil milhões.
Nesse período, a dívida com o gigante asiático registou um aumento de 361%, passando de US$ 2,21 mil milhões em 2010 para US$ 10,18 mil milhões em 2024. O maior pico da sua pilha de dívida, que atingiu os US$ 19,37 mil milhões, foi registado em 2017, no ano em que Eduardo dos Santos deixava o poder.
