Morreu neste sábado, 31, aos 95 anos, o papa Bento XVI, que chocou os 1,2 bilhão de seguidores da Igreja Católica ao redor do mundo quando ele se tornou o primeiro Papa a renunciar ao cargo em quase seis séculos.

Bento XVI faleceu às 9h34 na sua casa no Vaticano. O público poderá se despedir dele no dia 2 de Janeiro, quando o seu corpo poderá ser visto na Basílica de São Pedro. O Papa Francisco irá presidir o seu funeral no dia 5 de Janeiro.

Bento XVI deixou a liderança da igreja em 2013, dizendo que não tinha mais ‘força mental e física” para cumprir suas obrigações. Ele foi sucedido pelo Papa Francisco, nascido na Argentina, no mês posterior ao anúncio, e se tornou o primeiro Papa Emérito.

O fim do papado de quase 8 anos de Bento XVI encerrou um período tumultuoso para a igreja católica, que ficou sob ataque por fazer pouco para punir papas pedófilos e encobertar evidências de abusos frequentes de crianças.

Cardeal alemão conhecido como Joseph Ratzinger, Bento XVI foi eleito papa em 2005, após a morte do Papa João Paulo II. Suceder um papa carismático e reverenciado – João Paulo II foi colocado no caminho para se tornar uma santidade — não iria ser fácil mesmo sob circunstâncias normais. Mas crimes que ficaram enterrados durante o papado de João Paulo II seriam amplamente divulgados durante o papado de Bento.

Haviam alegações de violência sexual pelo clero católico na Austrália, Alemanha, Irlanda, Itália, Polônia, Estados Unidos e em outros locais. Enquanto a imprensa apontava que a igreja não lidou da forma correta com o crimes sexuais em meio século, Bento XVI encarou questionamentos sobre por que ele fracassou em agir após alertas.

Sob o papado de João Paulo II, ele ocupou um dos mais importantes cargos na Igreja — defendendo a Doutrina Católica e investigando crimes como os de abuso sexual. Como um cardeal de alta estirpe e líder da Congregação do Vaticano para a Doutrina da Fé, ele esteve em uma posição que poderia comprovar as alegações.

Grupo representando vítimas de abuso pediram que abdicasse do cargo. O escândalo levou o papado à sua pior crise desde a Reforma. Bento XVI pediu perdão às vítimas de abuso e às suas famílias mas foi criticado por não transformar suas palavras em ação.

No dia 8 de fevereiro de 2013. Bento XVI se tornou o primeiro papa a renunciar ao cargo desde Gregório XII, em 1415. Ele se mudou do Vaticano para a residência de verâo do papa no Sul de Roma, e mais tarde se acomodou em um convento dentro do Vaticano.