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Portugal: Ana recebeu 250 contactos em oito horas por um T1 a 680 euros

03-04-2023 6:33

SIC Notícias

03-04-2023 6:33

SIC Notícias

Em entrevista à SIC, esta proprietária contou que, no fim, decidiu escolher um casal de brasileiros e explicou porquê

Encontrar casa a preços razoáveis em Lisboa é cada vez mais difícil, sobretudo para jovens e imigrantes. Mas há casos de quem é sensível à crise que se vive no setor e ajuda quem está em situação mais vulnerável

Ana, proprietária de um T1 nos Olivais, colocou o apartamento a arrendar por 680 euros em fevereiro. Um valor que, em entrevista à SIC, reconhece não ser baixo, mas que considera justo e muito atrativo face aos preços praticados em Lisboa.

Em apenas oito horas, recebeu mais de 250 contactos. Um deles foi o de Mariana, brasileira a viver há um ano em Portugal num quarto arrendado que lhe custava mais de metade do salário base.

Quando Mariana decidiu viver com o namorado, que tinha ficado no Brasil, começou a procura e, com ela, os desafios.

“Vi no mínimo 10 casas, em várias zonas. Até Almada, do outro lado da ponte. Os valores que cobravam de caução era quem dá mais de caução: cinco, sete cauções para entrar. Quem dá mais cauções é quem fica com a casa”, conta Mariana à SIC.

A escolha de Ana para arrendar o T1 dos Olivais acabou por ser entre o casal Mariana e Lucas e um outro, de portugueses, ambos com empregos estáveis e melhores condições.

“Eu fiquei super dividida. Quando queremos alugar uma casa, escolhemos a solução mais segura. Se eu fosse super objetiva, escolhia o casal português, com contratos sem termo. Por outro lado, senti-me empática com a Mariana. Ela precisava urgentemente de encontrar um sítio. Tinha tido muita dificuldade em encontrar casa. Eu pensei ‘ninguém vai escolhê-los a eles. Vão estar sempre em desvantagem’”, contou Ana.

“Nós tínhamos as condições desejadas. Mas o facto de sermos brasileiros, imigrantes, era o principal fator de eliminação. Às vezes tinham as mesmas condições ou abaixo de nós mas eram escolhidos por viverem cá há mais tempo ou serem mesmo cidadãos portugueses. Isso a gente sofreu demais”, revela Mariana.

Esse fator de eliminação acabou por ser o critério de escolha para Ana. Também ela se sentiu discriminada na procura de casa quando viveu noutros países. E, por isso, acreditou que podia fazer a diferença na vida deste casal.

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