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Rússia abre processo por terrorismo em caso de ‘drones’ contra o Kremlin

03-05-2023 9:59

Diário de Notícias

Agência Lusa

03-05-2023 9:59

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Agência Lusa

A Rússia acusou a Ucrânia de ter atacado o Kremlin com dois 'drones' e de tentativa de assassínio do Presidente russo, Vladimir Putin, que Kiev rejeitou categoricamente

O Comité de Investigação da Rússia abriu esta quarta-feira um processo criminal pelo que classifica de “ataque terrorista” com ‘drones’ contra o Kremlin e pelo qual a Presidência russa responsabiliza a Ucrânia.

“O principal departamento de investigação do Comité de Investigação da Rússia iniciou um processo criminal (…) relacionado com uma tentativa de ataque à residência do Presidente da Rússia no Kremlin”, disse o organismo estatal em comunicado.

A Rússia acusou a Ucrânia de ter atacado o Kremlin com dois ‘drones’ e de tentativa de assassínio do Presidente russo, Vladimir Putin, que Kiev rejeitou categoricamente.

“Não estamos a atacar Putin ou Moscovo, estamos apenas a lutar no nosso território, estamos a defender as nossas vilas e cidades”, reagiu o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em Helsínquia numa conferência de imprensa conjunta com os líderes da Finlândia, Dinamarca, Suécia, Noruega e Islândia.

“Não atacamos Putin, deixamos isso para um tribunal”, insistiu o chefe de Estado ucraniano, referindo-se aos esforços de Kiev para que a comunidade internacional encontre mecanismos para processar o Presidente russo pela agressão militar contra a Ucrânia.

O Kremlin advertiu que a Rússia “reserva-se ao direito de tomar medidas de retaliação onde e quando considerar apropriado”.

Várias vozes nas esferas políticas de Moscovo argumentaram que a resposta russa não pode consistir apenas num processo criminal dentro do que é considerado um procedimento rotineiro.

Altos funcionários russos, incluindo o presidente da Duma (Câmara Baixa), Vyacheslav Volodin, e o vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, instaram Putin a agir com firmeza através do uso de armas capazes de destruir as autoridades de Kiev ou a “eliminação física” do líder ucraniano.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas — 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,1 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 8.709 civis mortos e 14.666 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

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