Opinião

Indira Santos

Marketeer e Artista Plástica

09-02-2023 7:30

09-02-2023 7:30

Indira Santos

Marketeer e Artista Plástica

Eu acredito que estamos todos destinados a algo. A nossa existência não pode ser apenas mero acaso. As marcas sabem disso e mergulham de cabeça quando o assunto é Vendas.  Sabem aquele momento em que todo o departamento de Marketing espera… Sim! Aquele momento… O ingrediente que faltava para despertar as atenções dos consumidores! O dia “D” de Marketing, para quem conhece bem de história, é o início do histórico desembarque das tropas aliadas na Normandia na Segunda Guerra Mundial.

O dia “D” é o momento certo, a oportunidade que todos estavam à espera. Mas a que preço? Podia escrever-vos sobre Campanhas, sobre como vender mais, ganhar dinheiro em um mês, como ficar milionário e perder tudo num negócio mal planeado, ter a casa dos sonhos, saber falar em público, motivar uma equipa em tempo de pandemia, ou ainda salvar alguém que deixou de acreditar, realizar o melhor evento do ano, ou mesmo sobre como sobreviver ao caos e à incerteza do mundo. Liderar no deserto até ao limite, ser bem-sucedido e gerir o “famoso” e preocupante impacto ambiental e todas as consequências que se avizinham. Podia encher o jornal com todos estes dizeres mas…, todos eles já foram escritos e protagonizados em livros e nos ecrãs de Hollywood, como em O Lobo de Wall Street .

Bem, com isto quero começar esta crónica fazendo a pergunta que todos os especialistas em “Neuromarketing” gostariam de responder: O que realmente nos desperta emoções? E emoções direccionadas à compra. Falemos do amor. O amor! Não há sensação maior que o amor para criar um desejo de compra. Aproxima-se o dia de São Valentim, o dia do Amor. E quando o amor acaba? O que resta… quem não conhece o caso polémico da  cantora internacional Shakira e do jogador de futebol Piqué. Uma música lançada em menos de um mês tornou-se num momento viral com visualizações que dispararam e encheram o bolso da “Monotonia”. Racional ou não, a cantora comparou marcas internacionais como o relógio Casio e o Rolex e as marcas de carros Ferrari e o Renault Twingo ao seu ex. Não é de hoje que as músicas sobre amor e traição geram receitas e imediatismo.

“Enquanto uns choram, outros fazem dinheiro”. O jogador Piqué associou-se à marca Casio e aproveitou a polémica. Coincidência ou não, a marca Casio, prestes a celebrar 40 anos,  anunciou o lançamento de relógios G-SHOCK “Adventurer’s Stone”, relógios resistentes a choques e para quem procura novas “aventuras”. Segundo o jornal Financial Times, a marca Ferrari, apesar da crise no sector automóvel, alcançou em 2022 um recorde de vendas histórico. “Nunca se troca um Ferrari por um Twingo”: é caso para dizer que as marcas de luxo não têm crise!

Na Colômbia também a banca  aproveitou o momento, o Banco de Bogotá criou o empréstimo e financiamento para os seus clientes com a descrição: “Se já possui um Twingo, nós te emprestamos para ter uma Ferrari”. O Lidl Espanha não perdeu a oportunidade, e no seu Marketing de Conteúdo inclui no spray tira manchas Formil um trecho da música Music Session #53: “Para cuando algo te salpique”. O Feminismo não ficou de parte nesta polémica, no perfil do Instagram de Piqué a revolta do #TeamShakira está em todos os comentários. Será que Shakira tinha noção do impacto que iria causar? A música está na boca do mundo, das marcas e seus consumidores. Estratégia ou não, esperemos que no final o amor prevaleça.

Há uma palavra que, apesar de  não ser politicamente correcta no  dicionário de Língua Portuguesa, mas muito usada no português do Brasil – GERENCIAMENTO -, que tem um peso enorme no meu dia-a-dia. Somos todos de uma maneira ou de outra microgestores de tempo, de ideias, de pessoas, de conflitos, de sonhos…  não? Se não somos, este é o momento oportuno para aprendermos a Arte de “Gerenciar” as nossas vidas.

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