Opinião

Indira Santos

Marketeer e Artista Plástica

26-04-2023 11:01

26-04-2023 11:01

Indira Santos

Marketeer e Artista Plástica

O TikTok é hoje uma das plataformas mais usadas pela Geração Millenium e Z, fonte de rendimento de vários jovens ao redor do mundo. O gigante tecnológico chinês, fundado por Zhang Yiming, é um caso de sucesso e durante a pandemia atingiu recordes impressionantes de utilizadores.

Por incrível que pareça, não utilizo esta rede social, pelo menos com frequência. O mérito não se lhe pode tirar. O TikTok trouxe uma nova forma de se estar no digital, com o fenômeno do “Tiktoker” e influencer, entre danças e formas de entretenimento, e podemos ainda partilhar para o mundo produtos, serviços, tendências de mercado, criar campanhas e explorar a criatividade ao limite.

O sonho de Zhang Yiming foi conseguido, mas como em todas as redes sociais, estas são alimentadas por pessoas e estas pessoas fazem parte de uma sociedade imperfeita. Voltamos às questões ligadas à ética e aos valores que nos movem. Como (re)conquistar a confiança dos utilizadores? E voltar a inspirar pessoas. O TikTok tem a responsabilidade de levar para o mundo uma plataforma tecnológica que impacta diariamente a vida de várias gerações. Por um lado, temos crianças que usam a plataforma sem monitorização dos pais e, por outro, uma plataforma que permite transmissões ao vivo de vídeos de menores de idade.  O que está realmente em causa no meio destas polêmicas? Controle e privacidade de dados. Alinhamento dos Termos e Condições ou mesmo as políticas de proteção de dados e segurança infantil. Haverá forma de encontrar um equilíbrio?

Mais do que entretenimento activo, espaços de alegria e networking como construir um legado inovador, seguro, ético e que deixe o legado do seu fundador? Deixar um legado, não é tarefa fácil… Para quem não conhece o #Quittok, segundo a BBC tem sido um movimento de jovens que têm partilhado as suas experiências no acto da demissão, e que se tornaram virais não só no TikTok mas em várias plataformas digitais.

(…) “Temos poucas referências nacionais, é natural que busquemos lá fora exemplos e referências, mesmo que estas não sejam as melhores para o nosso contexto”. E como construir estas referências? Perguntava eu, mesmo sem uma resposta encorajadora:

Nós somos o que comemos. E com esta frase digo-te se te rodeares diariamente de pessoas íntegras, sapientes e alegres tens mais probabilidades de te transformares numa pessoa consciente. E se for o inverso, não esperes outra coisa, do que te transformares em alguém sem ética e com moralidade abaixo da média. Não é que seja taxativo, mas normalmente é o que acontece na vida real.

Esta foi a minha última conversa com um grande amigo (da geração dos “cotas” que tanto fizeram por Angola), infelizmente duas semanas depois foi levado do mundo dos vivos para um lugar em que acredito que seja divino, onde os homens bons e com um legado extraordinário repousam em paz. Foi com ele que aprendi que fazer o bem não ocupa lugar e sobre o poder do Networking. Talvez não quisesse que escrevesse sobre, mas não poderia deixar de homenageá-lo. Apesar de doloroso, há que continuar a caminhada. Continuemos com o “Legado” – um legado normalmente está associado à palavra exemplo, alguém que seja um exemplo a seguir e que deixou um legado de valor (ou não). Uma herança passada de geração em geração. Alguém importante, “um mensageiro”.

Se pensarmos em inglês “LEGACY” está associado a Missão. E se for para seguir a letra, um legado é aquilo que as gerações passadas transmitem as actuais. O que é para a Geração Millenium e Z um “Exemplo”? Um influencer. Um tio contador de histórias. Um jovem que criou uma marca. Uma mãe batalhadora. Um músico. Um Artista que leva a sua Arte para um mundo. Um Estadista como Nelson Mandela. Que tenha uma história inspiradora e de superação. Que nos faça sorrir, reflectir, viajar e que crie tendências.

Que nos aponte o caminho e que deixe um legado por onde passou…

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