Opinião

13-02-2023 12:31

13-02-2023 12:31

Correia Victor

Economista

Diante da posição económica mundial, em que temos vivenciado uma onda de ciclos económicos, já que 2022 foi um ano de contracção das maiores economias mundiais e, para 2023, as instituições internacionais têm previsto uma desaceleração do crescimento económico, bem como um período de crise, as empresas têm procurado mecanismos para minimizar o impacto da contracção económica.

Os analistas económicos e não só têm recomendado as empresas a investirem cada vez mais em inovação e tecnologia, na expectativa de reduzirem os custos alinhados aos factores de produção, bem como melhorar ou optimizar o fluxo operacional da empresa. Uma das análises da International Data Corporation (IDC) aponta que as empresas que investirem em tecnologia para inovar estarão entre as cinco principais de cada sector até o ano de 2024. Segundo a consultora, a inovação tecnológica será a chave para enfrentar as crises globais como a recessão ou interrupção da cadeia de suprimentos, causadas em grande medida pela pandemia da Covid-19 e a guerra entre Rússia e Ucrânia.

Olhando para esses acontecimentos nas principais economias, África não pode em momento algum esperar pelas consequências. A Covid-19 e a invasão russa na Ucrânia quase que triplicou a crise em África, causando grande deficiência no sector empresarial. Por esta razão, é o momento de reforçarmos a aposta na sustentabilidade e optimização do sector tecnológico para prevenirmos futuros desastres naturais e não só.

De acordo com o World Economic Forum, não há países africanos entre os 60 países mais inovadores e tecnológicos do mundo. Com isto, quer dizer que, se não progredirmos exponencialmente neste sector, sentiremos cada vez mais o agravamento do peso do investimento em tecnologia, que passa pela contínua importação destes serviços e materiais tecnológicos.

“O caso Angola”

Nos últimos Relatórios e Contas nacionais publicados pelo INE (Instituto Nacional de Estatística) consta que no II e III trimestres (2022) o sector contribuiu com 0,8% do PIB Nominal, 0,3% acima da contribuição do I trimestre, isso incluindo os correios. Segundo a folha de informação rápida publicada pelo INE, sobre a Conjuntura Económica das Empresas, na opinião dos empresários do sector de Tecnologia e Informação, as dificuldades financeiras e a pouca procura foram as principais dificuldades no desenvolvimento normal das actividades das empresas. Constatou-se ainda que a concorrência, o excesso de burocracia e o nível elevado da taxa de juros também dificultaram as actividades das empresas do sector.

Em face das dificuldades apresentadas pelos empresários, espera-se para o ano de 2023 um envolvimento mais célere e coeso por parte do Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, criando junto dos outros organismos públicos políticas nos domínios das Tecnologia e Informação que proporcionem um ambiente mais inclusivo das empresas nacionais do sector, uma vez que a falta de procura, apresentada pelos empresários como um dos entraves, está substancialmente intrínseco ao excesso de participação de empresas não residentes de tecnologia e informação na prestação de serviço em território nacional, inibindo assim a prospecção das empresas nacionais de tecnologia e informação.

O que se espera para que o sector tecnológico possa desenvolver cada vez mais, isso além da aposta na formação, são investimentos infra-estruturais, bem como criação de mais centros tecnológicos e a aplicação de uma medida de substituição de importação de modo a reduzir a importação de serviços de tecnologia.

Somos uma nação com potencial e, se pretendemos obter um crescimento exponencial, diante dos cíclicos económicos, precisamos tornar consciente a importância da tecnologia como um forte alinhado ao desenvolvimento, apoiar o sector empresarial nacional e ter a ambição de ser o número um de África.

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