Opinião

Luísa Salgueiro

JN

22-11-2022 11:53

22-11-2022 11:53

Luísa Salgueiro

JN

A conferência da ONU sobre o clima (COP27) terminou aquém do que se esperava. António Guterres manifestou a sua desilusão com a falta de ambição dos resultados desta conferência, secundado pela União Europeia que também tinha expetativas mais elevadas em relação às medidas de contenção das alterações climáticas.

Num mundo a sofrer as consequências de uma crise energética, há a registar, no entanto, o avanço no tema da justiça climática, através dos novos acordos de auxílio aos países em desenvolvimento que os apoiarão na mitigação dos danos causados pelas alterações climáticas.

A justiça climática, um conceito que na Europa adquiriu particular importância durante a presidência portuguesa da União com a definição de programas para a transição justa, é agora um dos pilares da solidariedade social.

A transição energética é um desafio que altera muitas das nossas abordagens de governação, na perspetiva internacional e nacional, mas, igualmente, na dimensão local do governo das cidades.

Nas cidades, para além das estratégias de poupança e de produção local de energia, é preciso considerar todo um leque de novas abordagens ao transporte público, de conceção arquitetónica dos edifícios e do espaço público, de fomento da produção e consumo local de alimentos e outros bens, de educação para a redução de desperdícios, em suma, de reorganização dos territórios para que estejam preparados para as consequências das alterações climáticas ao mesmo tempo que contribuem para os objetivos globais que a Humanidade abraçou.

Isto exige novas formas de pensar e de agir. Implica cidades mais criativas, mais empenhadas na solidariedade social, mais investidas na educação, mais resilientes e justas.

Neste grande desafio, tudo o que se faz ou acontece ao nível local é relevante. As novas competências dos municípios, resultantes do processo de descentralização, permitem uma abordagem muito mais integrada e eficaz das políticas locais. E o estabelecimento de laços de cooperação entre municípios, seja no âmbito das áreas metropolitanas e CIMs, seja em redes internacionais de cidades, aumenta largamente a nossa capacidade de intervenção.

Mas mais importante é garantirmos que todas e todos fazem parte deste processo e que a nossa democracia se reforce neste caminho que estamos a fazer, conciliando o desenvolvimento sustentável que queremos com a defesa dos valores de cidadania e de pertença.

A voz dos mais jovens, destemida e bem audível, é um alerta para a nossa responsabilidade coletiva. O que nos pedem é um Mundo melhor e é nossa obrigação garantir que o vão receber!

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