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Morre o veterano jornalista angolano Siona Casimiro

10-02-2023 2:52

Redacção

10-02-2023 2:52

Redacção

Siona Casimiro cobriu a luta dos movimentos de libertação nacional e privou com quase todos os guerrilheiros e líderes políticos africanos, desde o ditador congolês Mobutu, o queniano Jomo Kenyata, Neto e Mário Pinto de Andrade (MPLA), Holden Roberto (FNLA), Jonas Savimbi (UNITA), entre outros.

O veterano jornalista Siona Casimiro morreu na noite desta quinta-feira (09), em França, vítima de doença prolongada. Nasceu a 12 de Maio de 1944, na localidade de Matadi, sede provincial do Baixo Congo. Os pais, oriundos do município de Cuimba, província do Zaire, tinham emigrado no princípio da década de 1940 para o antigo Congo Belga.

Em 54 anos de profissão, trabalhou em diversos órgãos, fora e dentro do País, tendo sido co-fundador da ANGOP, a agência estatal de notícia de Angola. Foi correspondente da Agence France-Presse (AFP), da Agência Pan-Africana de Notícias (PANA) e da agência de notícias norte-americana Associated Press. O início da sua carreira deu-se em 1969, na agência de notícias congolesa (ACP), após um período de estágio.

Até ao momento do anuncio da sua morte, Siona Bole Casimiro Wa Tulanta era o chefe de redacção do “O Apostolado” e membro permanente do Conselho Editorial da Rádio Ecclésia, a emissora Católica de Angola. Coordenou, em Kinshasa, o projecto de criação da Associação dos Jornalistas Angolanos no exílio. Foi, ainda, um dos pioneiros da fundação do Sindicato dos Jornalistas Angolanos e do MISA-Angola.

O veterano jornalista que cobriu a luta dos movimentos de libertação nacional, sobretudo a guerrilha da FNLA e do MPLA, cujas bases estavam concentradas no norte do País e nos países vizinhos do Congo Brazzaville e no antigo Zaire (RDC), antes Léopoldville e, actualmente, Kinshasa. Siona Casimiro entrevistou e privou com quase todos os guerrilheiros e líderes africanos, desde o antigo ditador congolês, o marechal Mobutu, o queniano Jomo Kenyata, os líderes históricos do MPLA, Mário Pinto de Andrade e Agostinho Neto; o líder histórico da FNLA, Holden Roberto, e Jonas Savimbi, líder fundador da UNITA. Entrevistou também as principais figuras militares responsáveis pelo golpe do 25 de Abril, que derrubou o regime fascista e colonial português, como o capitão Otelo Saraiva de Carvalho, o general António de Spínola, e Mário Soares, antigo secretário-geral do Partido Socialista e, mais tarde, ministro dos Negócios Estrangeiros, primeiro-ministro e Presidente da República.

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