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ONG Mudei: Angola se perfila num processo de “transformação tumultuosa”

08-12-2022 3:36

Clinton Manuel

Jornalista estagiário

08-12-2022 3:36

Clinton Manuel

Jornalista estagiário

O movimento cívico MUDEI divulgou, nesta quinta-feira, 08, uma nota de imprensa na qual se  manifesta preocupado com a degradação da liberdade de imprensa em Angola. A ONG diz que o País se perfila num processo de “transformação tumultuosa”, tendo, por isso, apelado para “a construção de uma nova ordem” baseada na denúncia de casos de abuso e subversão das instituições

A organização da sociedade civil que ficou conhecida pelo monitoramento das eleições gerais de 24 de Agosto diz estar a constatar, com grande preocupação, a ocultação de grandes manifestações contrárias aos interesses do poder político por parte da comunicação social.”

“Essas manifestações revelam-se na forma como a imprensa oculta informações sobre greves e na forma como as autoridades e indivíduos a quem são conferidos poderes, violam a Lei e o interesse nacional, em práticas constantes de má governação”, lê-se no documento.

O ano de 2022 foi marcado por vários acontecimentos que ficarão na história recente de Angola, isto pelo número de manifestações realizadas em um ano eleitoral. Desde o fim da guerra, em 2002, que não se assistia, em Angola, a cenário idêntico tão conturbado quanto este.

Analisando “os riscos que se perfilam fruto do descontentamento generalizado”, o movimento cívico dá exemplo de “fenómenos como os que se observaram na erupção de descontentamento e criminalidade”, por ocasião do sepultamento do músico “Nagrelha”, acrescentando que “suas raízes profundas e complexas devem ser objecto de reflexão por parte dos cidadãos” e que as suas consequências devem ser interpretadas como parte dessa “ordem” de praticas constantes de má governação.

Sem perder de vista ao que se passa ao redor do sector da educação, em que se regista um braço-de-ferro entre os professores, filiados ao SIMPROF, e a ministra da Educação, Luísa Grillo, o movimento vocacionado à defesa do Estado Democrático de Direito considera, ainda, haver uma “contradição entre a preocupação do governo com a educação e a falta de respeito que mostra pelos professores”, que já vão na segunda fase da greve, iniciada na passada sexta-feira (6.12), em que cerca de 220 mil professores aderiram como um dos reflexos de má governação e abuso de poder, cujos efeitos recaem também aos estudantes.

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