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Lourenço diz que guerra na Ucrânia ameaça segurança mundial

10-05-2023 5:25

Nelson Francisco Sul

Director

10-05-2023 5:25

Nelson Francisco Sul

Director

O Presidente da República, João Lourenço, fez a afirmação hoje na reunião com a cúpula militar dos três ramos das Forças Armadas, tendo ainda chamado atenção a um cessar fogo imediato no Sudão

Num discurso dirigido para as chefias militares das Forças Armadas e da Contra-Inteligência Militar, Lourenço lembrou que, embora o fim da Guerra Fria tenha sido há exactos 32 anos, tendo Angola optado pela “construção de um Estado democrático de Direito e da economia de mercado”, o país deve diversificar a sua cooperação no domínio da defesa e segurança, “procurando igualmente formar oficiais e especialistas militares, assim como adquirir equipamentos, armamento e técnica militar”.

“Uma primeira experiência nesta direcção está já a acontecer com a nossa Marinha de Guerra que, no quadro da sua potenciação, está a ser equipada com embarcações navais de diferentes categorias, para enfrentar em melhores condições as ameaças da pirataria e do terrorismo internacional, quer nas águas territoriais da nossa extensa costa marítima, assim como cooperando também com outras marinhas de guerra dos países do Golfo da Guiné”, disse o comandante-em-chefe das Forças Armadas Angolanas.

“A preparação combativa e a formação do homem nos estabelecimentos de ensino militar de todos os níveis que o país possui, deve ser uma constante para manter bem alto o grau de prontidão combativa das unidades das nossas Forças Armadas”, observou o Presidente da República, que ontem presenciou o desfile dos três ramos das FAA, nomeadamente o Exército, Força Aérea Nacional e Marinho de Guerra.

Frisando que estas manobras militares, que tiveram lugar na província do Cuando Cubango, região onde se travou a grande batalha do Cuito Cuanavale, e “que foi decisiva para a derrota e expulsão das tropas do exército do regime do Apartheid que ocupava parte do nosso solo sagrado, oprimia o povo sul africano e ameaçava a soberania dos países desta parte austral do nosso continente”, João Lourenço chamou também atenção para o que se passa “na península coreana, o conflito israelo-palestiniano, o conflito no Leste da RDC, em Moçambique e no Corno de África”.

A guerra na Ucrânia, que constitui uma ameaça a segurança mundial, levou João Lourenço a apelar ao “diálogo entre a Rússia e a Ucrânia”, tendo, por outro lado, condenado a invasão russa. Para o chefe de Estado angolano, a Rússia afrontou o direito internacional.

“A soberania e a integridade territorial da Ucrânia devem ser respeitadas, como consagrado no Direito Internacional e na Carta das Nações Unidas, que todos nós estamos obrigados a respeitar”, disse.

Recorrendo ao nosso passado histórico de conflito armado, que culminaram com os acordos de Nova Iorque, Lourenço defende “a necessidade do estabelecimento de negociações directas entre a Rússia e a Ucrânia, entre a Rússia e os Estados Unidos, como também entre a Rússia e a NATO, para assegurar uma paz duradoura não apenas para a Ucrânia mas para a Europa e o mundo, evitando-se uma perigosa confrontação nuclear”, apelou.

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