Em Foco

Luanda Leaks: “Foi uma construção de João Lourenço”, acusa Isabel dos Santos

30-11-2022 1:56

Nelson Francisco Sul

Director

30-11-2022 1:56

Nelson Francisco Sul

Director

"Ocorre uma perseguição política exactamente para me impedir de um dia poder fazer a diferença em Angola". A declaração é da empresária e primogênita do ex-Presidente Eduardo dos Santos. Diz-se vítima de perseguição e acusa directamente o Presidente Lourenço de instrumentalizar os tribunais

Numa entrevista à CNN Portugal, nesta terça-feira (29.11), Isabel dos Santos disse que se sente “perseguida politicamente” pelo Presidente João Lourenço, a quem acusa de manipular a Procuradoria-Geral da República e de não respeitar a separação de poderes.

“É fácil de entender que o Procurador-Geral da República recebe ordens directamente do Presidente”, afirmou a empresária, acrescentando não ter “dúvidas que nós estamos perante um cenário de perseguição política”.

Ao longo de toda entrevista, a partir de um local não revelado, a primogênita do ex-Presidente José Eduardo dos Santos, acusou directamente João Lourenço de estar a instrumentalizar os tribunais. “Está a usar a lei para fazer guerra, a utilizar as instituições estatais, públicas, a utilizar os próprios tribunais e utilizar a lei para combater um opositor. Um opositor económico e um opositor político”.

Questionada sobre uma eventual entrada na política ou candidatura à presidência da República, Isabel dos Santos diz ambicionar “um país diferente” e que Angola “precisa de um novo futuro político”.

“Acho que nós hoje temos desafios que são outros, que já não são os desafios da independência, já não são os desafios da revolução. Hoje são os desafios da economia, do emprego”, salientou, considerando que os actuais partidos políticos, seja o MPLA ou os da oposição, “não têm uma visão sobre estas questões” e não têm “um plano estratégico de como desenvolver, como tornar Angola compectitiva”.

Isabel dos Santos acredita, ainda, que a situação que descreve vai mudar. “A história diz-nos que todos os regimes que não entenderam que é necessário, que era necessária a mudança e que era necessário atender as aspirações das novas gerações todos fracassam”.

Quanto ao surgimento do mandato de captura internacional, solicitado pela Direcção Nacional de Investigação e Acção Penal (DNIAP) da Procuradoria-Geral da República à Interpol, a herdeira n.º1 do antigo Presidente, tem uma explicação. “Como eu disse há pouco, ocorre uma perseguição política exactamente para me impedir de um dia poder fazer a diferença em Angola”, concluiu.

Partilhar nas Redes Sociais

WhatsApp
Facebook
Twitter
Email