Especial

Abel Chivukuvuku. Político

25-10-2022 3:27

Nelson Francisco Sul

Director

25-10-2022 3:27

Nelson Francisco Sul

Director

Foi membro sénior da Comissão Conjunta Político-Militar (CCPM) do Processo de Paz, em 1991, chefe da diplomacia da UNITA, dos seus serviços de inteligência e da sua bancada parlamentar, entre 1997/98. Abel Epalanga Chivukuvuku nasceu a 11 de Novembro de 1957, em Luvemba, província do Huambo. O “mano Abel” tem razões de sobras para acreditar em milagres

Sobreviveu a todas as tentativas de eliminação física, sendo a mais mediática o ataque engendrado nos confrontos de 1992 contra a viatura [Unimog] em que fugia do Miramar para o bairro São Pedro da Barra (Sambizanga), que vitimou, mortalmente, Jeremias Chitunda, o então vice-presidente. Chivukuvuku foi baleado com vários tiros na perna esquerda.

Escapou, ainda, de um rapto na esquadra da polícia do Sambizanga, onde se encontrava sob custodia, depois de ter sido salvo das mãos de um grupo de vigilância pró-MPLA. Levado da esquadra para o Hospital Militar, com conhecimento do finado general João de Matos (o primeiro Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas Angolanas), Chivukuvuku é salvo por uma enfermeira que impediu os seus colegas de acabarem com ele.

Depois desses episódios, viria a enfrentar um outro bem “cabeludo”, quando Savimbi lhe confrontou, na Jamba, com a alegação de que estaria em posse de informações que apontavam Abel Chivukuvuku como um agente dublo, ou seja, uma toupeira do MPLA dentro da UNITA.

Aos 64 anos, é das figuras mais relevantes da política angolana nos últimos 30 anos. Poucos são os políticos da sua geração que têm o seu carisma e conseguem influenciar o sentido de voto dos cidadãos a seu favor.

Teve a proeza de ter alterado a política doméstica. Na última década, sacudiu o tabuleiro político angolano, com consequências imprevisíveis para os partidos tradicionais, MPLA e UNITA, que detém a hegemonia política.

Em 2012, fundou a CASA-CE, uma coligação de partidos que teve resultados históricos no ano da sua fundação, ao obter 6% dos votos e eleger 8 deputados e, nas eleições gerais de 2017, obteve 9,46%, elegendo 16 deputados. Foi apeado da liderança da coligação, mas manteve a sua influência e popularidade junto dos angolanos que não se revêem nos “maninhos” e nos “camaradas”.

Nas últimas eleições, aliou-se ao seu antigo partido, à boleia de uma plataforma política designada Frente Patriótica Unida (FPU) ou trio maravilha (Adalberto Costa Júnior, Abel Chivukuvuku e Filomeno Vieira Lopes), como ficaram conhecido os políticos mencionados.

O não reconhecimento do seu partido, o PRA-JA Servir Angola, foi dos piores atentados contra a democracia angolana de que se tem memória, cujo protagonista foi a mais alta instância judicial do país. Os especialistas, entre nacionais e estrangeiros, são unânimes em concluir que o Tribunal Constitucional terá obedecido a uma orientação política do ‘Kremlin’ (MPLA).

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