Especial

Josefa Sacko. Comissária da União Africana

24-10-2022 12:45

Nelson Francisco Sul

Director

24-10-2022 12:45

Nelson Francisco Sul

Director

Um rosto bastante conhecido na metrópole de Adis Abeba, concretamente nos corredores do imponente edifício da OUA, a Organização da União Africana, onde, desde 2017, ocupa o alto posto de Comissária para Agricultura e Economia Rural

Teve antes uma passagem pelo emblemático edifício de 39 andares de Nova Iorque, que alberga a maior instituição política mundial, a Organização das Nações Unidas (ONU), onde foi consultora na Organização Mundial do Comércio (OMC), na Organização para a Agricultura e Alimentação (FAO) e na Comissão Económica para a África (UNECA).

O elevado contributo na luta pela segurança alimentar e a sua influência nas políticas que visam as mudanças climáticas no mundo, particularmente no continente africano, são, provavelmente, mais conhecidos fora da sua terra natal. Dentre os angolanos poucos terão alguma vez ouvido falar de Josefa Leonel Correia Sacko, mais conhecida por “Madame Sacko”.

Em 2019, num prestigiado evento realizado em Londres, a capital da Inglaterra, a angolana foi considerada “Uma das 100 Personalidades Mais Influentes do Mundo na Política Climática”. Uma distinção atribuída pela Apolítica, instituição que reúne os parceiros dos governos de quase todo mundo e que distingue os agentes políticos, funcionários públicos, acadêmicos e ativistas nos seus esforços pela conscientização e a influência que detém junto dos governos na adoção de políticas climáticas.

Madame Sacko não só foi incluída na referida lista como também foi colocada entre os 20 melhores na listagem anunciada em Londres.

No mesmo ano, figurou ainda na lista das “100 Mulheres Africanas Mais Influentes” na óptica da Avance Media, prestigiada companhia de Relações Públicas e Classificação, sediada em Accra, a capital do Ghana e, também nesse ano de 2019, foi distinguida com o Prémio Reconhecimento, pelo Fórum Crans Montana, uma organização não-governamental internacional sediada na Suíça. Em 2020, foi nomeada membro do Comité de Honra do Fórum Crans Montana.

Engenheira agrónoma, economista e diplomata, Josefa Sacko foi este ano reconduzida ao cargo de Comissária para Agricultura e Economia Rural, a que se juntam neste seu segundo mandato (2021-2025) as pastas da Economia Azul e o Ambiente Sustentável, de acordo com a reestruturação da Comissão da UA, que passou de oito para seis comissários, em consequência do processo de reforma iniciado em 2016 sob supervisão de Paul Kagamé, o Presidente ruandês.

Única representante lusófona na maior instituição política do continente africano, Josefa Leonel Correia Sacko é um nome incontornável na agronomia africana e uma defensora acérrima dos sete compromissos da Declaração de Malabo, documento assinado pelos 51 Estados-Membros da União Africana, que prevê a erradicação da fome e acção urgente em resposta à crise de insegurança alimentar e nutricional, para evitar o sofrimento de mais de 278 mil milhões de pessoas.

Internamente, foi conselheira especial de dois ministros no governo de José Eduardo dos Santos, no ministério do Ambiente, de Fátima Jardim, onde serviu como Embaixadora da Boa Vontade para Alterações Climáticas; e assessora do ministro da Agricultura, Afonso Pedro Canga, tendo sido responsável pela supervisão da segurança alimentar, erradicação da fome e redução da pobreza.

Ela actuou também como secretária-geral da Organização Inter-Africana do Café (IACO) por 13 anos em Abidjã, Costa do Marfim, onde representou 25 países africanos produtores de café. O seu portfólio conta ainda com uma passagem como consultora no Banco Africano de Desenvolvimento (BAfD) e no Banco de Exportação e Exportação Africano (AFREXIMBANK).

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