Especial

Personalidade de 2023: António Costa

12-01-2024 10:03

Rafael Massanga Savimbi 

Deputado angolano

12-01-2024 10:03

Rafael Massanga Savimbi 

Deputado angolano

O ainda primeiro-ministro de Portugal acaba por ser um símbolo de ética política, por ter tomado uma decisão não muito comum entre as elites políticas na Comunidade dos Países de Língua oficial Portuguesa. É o meu escolhido neste desafio proposto pela revista O Telegrama

Uma vez referenciado numa nota da Procuradoria-Geral da República do seu país, dando conta da abertura de um inquérito, pelo Supremo Tribunal de Justiça, à sua conduta nos negócios de duas empreitadas públicas, e sem que ainda tivesse sido indiciado formalmente, António Costa demitiu-se imediatamente das funções de primeiro-ministro de Portugal, colocando-se à disposição da justiça, por ter interpretado — só o tempo dirá se bem ou mal — que a função de chefe de governo é incompatível com quaisquer suspeitas de corrupção e tráfico de influência — ainda mais vindo da justiça.

Escolho-o, pois acredito que a subordinação da política à ética é um dos fundamentos que deve alicerçar a vida pública no quadro do respeito da probidade e integridade moral, coisa muito ausente no meu país, Angola, de forma particular, e em África no geral.

Demonstrou coragem política e não estar apegado a cargos ou títulos, pois, no meu ponto de vista, estes só têm peso se por sua via e do exemplo servimos bem os nossos concidadãos.

Faço desta escolha um apelo para todos os detentores de cargos públicos em Angola, a todos os níveis, sobre a necessidade de termos em permanência esta consciência ética e republicana.

Só o tempo dirá como este processo termina, porém, não tenhamos dúvidas: nos tempos que correm, em que o autoritarismo e a insensatez vão ganhando corpo em todas as geografias políticas, Costa dá-nos exemplo de “dignidade”, fazendo jus ao ditado popular segundo o qual “quem não deve não teme”.

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