Especial

Vera Daves de Sousa. Ministra das Finanças

24-10-2022 12:52

Nelson Francisco Sul

Director

24-10-2022 12:52

Nelson Francisco Sul

Director

O Banco de Desenvolvimento Africano (BAD) e a revista African Banker distinguiram-na como a “ministra das Finanças do Ano” de 2021. O prémio representa a mais alta distinção para o brio profissional de um responsável das finanças de um país africano

No final da primeira quinzena deste mês, no âmbito das reuniões de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial (BD), em Washington, Vera Esperança dos Santos Daves de Sousa viu, igualmente, reconhecido o seu contributo na implementação de políticas que visam a consolidação económica e financeira.

Na sequência, foi distinguida com o prémio “liderança notável feminina”, pela Foreign Investment Network (FIN), a maior organização internacional que reúne os investidores estrangeiros.

A confiança e o reconhecimento de instituições internacionais à ‘Margaret Thatcher’ do Governo Lourenço tem por fundamento a sua coragem, rigor e determinação na execução financeira que tem vindo a implementar desde que chegou ao cargo, pela primeira vez, a 8 de Outubro de 2019, em substituição de Archer Mangueira.

Foi pela sua voz, quando ainda ocupava o cargo de secretária de Estado para as Finanças e Tesouro, que o país ficou a saber que, afinal, a Dívida Pública não era verdadeira.

Em pouco tempo no 4.º andar do histórico edifício que abrigava os Serviços da Fazenda e Contabilidade da província angolana Ultramarina de Portugal, no largo da Mutamba, transformado em sede do Ministério das Finanças após a independência nacional, a jovem governante desencadeou uma série de reformas que criaram amarguras para sectores mais conservadores e castrenses do Governo de Luanda.

Destapou o “caso Lussaty” e pôs de sentido os militares do Clube Desportivo 1º D’Agosto, reduzindo a verba mensal de 800 milhões para 200 milhões kwanzas, que prevêem do Orçamento Geral do Estado (OGE).

Devido à sua exposição em dossiers mais sensíveis do País, João Lourenço sentiu-se forçado a catapultá-la para membro do Bureau Político do MPLA, apesar de ser principiante nas fileiras do partido governante.

Em 2021, protagonizou um acto histórico e destemido de que se tem memória, dir-se-ia: numa carta enviada ao gabinete de João Lourenço, Vera alertou para as “irregularidades e incongruências” nas contratações e adjudicações diretas sob orientação do Presidente da República e Titular do Poder Executivo.

Com o partido-Estado cada vez mais em decadência, a julgar pelos resultados eleitorais de 24 de agosto, a actual ministra das Finanças é a única figura com credibilidade internacional para encabeçar a lista do regime às eleições gerais de 2027.

 

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