Salman Rushdie, que foi esfaqueado num evento literário em Nova Iorque no ano passado, deu a sua primeira entrevista à revista norte-americana The New Yorker, em que afirmou ser grato por ter sobrevivido ao ataque.

“Tenho sorte”, disse Rushdie na entrevista. “O que quero dizer é que o principal sentimento é gratidão”.

O escritor Salman Rushdie foi esfaqueado no pescoço e no tronco quando falava no palco de um evento literário no dia 12 de agosto de 2022. Rushdie esteve seis semanas no hospital e perdeu a visão de um dos olhos e o movimento de uma das mãos.

Em 1989, o ayatollah Khomeini emitiu uma fatwa sobre o escritor pela obra Os Versículos Satânicos. O jovem de 24 anos, Hadi Matar, foi preso logo após o ataque e declarou-se não culpado durante uma audiência no estado de Nova Iorque.

Rushdie disse que culpa apenas Hadi Matar pelo esfaqueamento. O escritor não colocou nenhuma culpa nos organizadores do evento. “Tentei muito ao longo destes anos evitar a recriminação e a amargura”, disse Rushdie. “Uma das maneiras através da qual lidei com tudo isto foi olhar para a frente e não para trás. O que acontece amanhã é mais importante do que aconteceu ontem”.

Durante a entrevista agradeceu ainda às autoridades que salvaram a sua vida. “Em alguma altura gostaria de ir lá e agradecer”.

Esta entrevista foi publicada a dois dias da edição do novo livro de Salman Rushdie, Victory City. O agente do escritor, Andrew Wylie, já anunciou que Rushdie “não fará nenhuma aparição pública para promover o seu próximo romance” enquanto continua a recuperar do esfaqueamento.