Opinião

Cateve Bambi, MS*

Doutorando em Filosofia da Religião e Teologia

08-04-2023 12:48

08-04-2023 12:48

Cateve Bambi, MS*

Doutorando em Filosofia da Religião e Teologia

Li, há tempos, e orientado por um professor (sendo um dos requisitos do programa doutoral em Teologia, e fornecido pela FTA), o livro “Líderes à beira do abismo”, de, aproximadamente, 126 páginas. Um livro que todo líder, fiel ou mesmo qualquer pessoa devia ler.

Segundo Joyce Strong, autor de “Líderes à beira do abismo”, apesar de pertencermos ao reino de Deus, essa condição não nos torna imunes às paixões e fraquezas, e, não raramente, desobedecemos à voz do nosso pastor.

A leitura desse livro levou-me, digamos, a reler o livro de Apocalipse, mas concretamente nas cartas as Sete Igrejas, bem como na missão da igreja e, principalmente, pelo facto de a igreja não estar a “obedecer” aquilo que é o ensino do seu dono (Jesus).

A desobediência é prenúncio da queda de quem quer que seja. Vale sublinhar, foi a desobediência que levou a destituição de Saul (1 Samuel 15). E a mesma pode levar a Igreja (seja enquanto corpo de Cristo ou ainda nas vestes de organizismo) à beira do abismo.

Deixa-me explicar em trocados: Quando a Igreja (o leitor, ilustrativamente) ou a denominação deixarem de observar os princípios doutrinários da Bíblia pelos quais Deus a instituiu, ela estará na iminência da queda.

Entre vários factores, vamos, então, a alguns factos e ou sintomas para percebermos quando é que uma Igreja caminha à beira do abismo:

  1. Não ouve o que o espírito diz às Igrejas: Apocalipse 2:10;
  2. Não ora: 1 Tessalonicenses 5:16;
  3. Não jejua: Joel 1:14, Jonas 3:4-10, Daniel 9:3;
  4. Não tem sede da palavra de Deus: Salmos 107:9;
  5. Prioriza a sua agenda pessoal (no caso dos seus membros) ou denominacional, em detrimento da missão: Jonas 3:1-2;
  6. Oprime as ovelhas: Jeremias 23:1;
  7. Decide sem consultar o Espírito Santo: 1 João 5:14, Provérbios 16:33;
  8. Discute na carnalidade: Gálatas 5:13, Romanos 8:5, 1 Coríntios 3:3;
  9. Orgulho, supremacia, negligência, vaidade: Provérbios 14:10;
  10. Vive em contenda demasiada: Tito 3:9;
  11. Não alimenta e nem tem compaixão das ovelhas: Mateus 9:35-36, Provérbios 27:23;
  12. A ovelha perdida não volta, por medo do rebanho supostamente salvo: Ezequiel 34:6, Lucas 15:3-7;
  13. Não oferece assistência aos órfãos e às viúvas: Tiago 1:27, Isaías 1:23, Salmos 146:9;

Será que isto acontece com a noiva do Senhor Jesus Cristo no mundo? Certamente que sim, aliás, desde sempre.  Foi exactamente isso que motivou João a escrever as setes cartas às igrejas em Apocalipse, nas quais  lemos os sintomas de cada igreja que se pode assemelhar à igreja (organização) de hoje.

Citamos alguns exemplos. A igreja de Éfeso deixou o seu primeiro amor e foi recomendada ao arrependimento e à prática de boas obras (2:1-7); a igreja de Pérgamo estava contaminada com a falsa doutrina e, por isso, recomendada ao arrependimento (2:12-17); a igreja de Tiatira estava contaminada com a imoralidade e também foi recomendada ao arrependimento (2:18-29); a igreja de Sardes era morta e advertida ao arrependimento (3:1-6); já a igreja de Laodiceia era morna porém satisfeita, mas, ainda assim, o Senhor insistiu com João a  adverti-la, para que fosse mais zelosa e, neste contexto, também recomendada ao arrependimento (3:14-22).

Portanto, nos dias de hoje, temos variadíssimos exemplos de igrejas que se assemelham àquela, a da cidade grega, que normalizavam tudo e adotavam comportamento completamente reprovável, usando do entendimento errado sobre a liberdade cristã. Em Coríntios (6:12), apostolo Paulo nos ensina: “Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém”. Significa isto dizer que toda liberdade religiosa tem como finalidade única honrar o corpo de Deus, e não atender os prazeres do nosso corpo (igreja).

Em alguns casos, a Igreja (organização) é levada à beira do abismo por pessoas que são parte da mesma. Em outros – e mais grave -, por líderes que nunca foram chamados verdadeiramente para a grande missão.

E noutros casos, ainda  mais caricatos, são arrastadas por  filhos de líderes. Muitos deles, por terem  a graça de ter  assistido ao surgimento da Igreja, acham-se os verdadeiros e únicos donos, chegando, inclusive, ao ponto de expulsar um líder “visitante”.

Em algumas Igrejas, o cenário afigura-se também grave. Um ancião se não estiver de acordo com a posição que ocupa, abre outra congregação para ocupar o primeiro posto. Até que, de certo modo, a abertura de congregações contribui na expansão do evangelho, e isto é louvável, mas, neste caso, tendo em conta as motivações pessoais, é reprovável do ponto de vista de comunhão e unidade. E outros mudam simplesmente (organização), quando são advertidos e colocados sob disciplina eclesiástica.

É nosso entendimento que a igreja está sendo atacada pelo inimigo da Igreja, que, apesar de ser invisível, atacou e venceu a parte mais frágil, o homem religioso e, neste caso, tornou-se mesmo visível e está no seio de nós.  É a Igreja virar-se contra si mesma e a desviar-se dos princípios da verdade bíblica. Devem os verdadeiros servos de Deus agir para salvaguardar a essência da existência da Igreja e fazer cumprir a missão para a qual fomos salvos.

O Senhor Jesus nos manda pescar e não dispersar, nos manda ensinar e não apenas aplicar sanções disciplinares; o Senhor Jesus, Dono da Igreja, manda-nos amar e a procurar aquela ovelha perdida.

Este cumprimento deve ser feito à base da obediência e à luz da eterna Palavra de Deus.

Deste modo, objectivamente falando, estes e outros sintomas e/ou sinais que podem levar uma igreja ao abismo.  Você poderá ler no livro IGREJAS À BEIRA DO ABISMO: “Revelações Positivas em um Mundo em direção ao Inferno”.

*É conferencista e empreendedor. Autor do livro “Ideias Empreendedoras – Soluções Inovadoras à Luz da Bíblia” (2021).

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