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A vez de uma mulher na Procuradoria-Geral da República…

24-04-2023 3:34

Nelson Francisco Sul

Director

24-04-2023 3:34

Nelson Francisco Sul

Director

Após 44 anos de institucionalização da Procuradoria-Geral da República (PGR), a 27 de Abril de 1979, sendo o primeiro procurador Antero de Abreu, o País poderá ter a primeira mulher ao leme do órgão fiscal e promotor da legalidade. O Telegrama apurou que Eduarda Rodrigues é a preferida da Cidade Alta e do "nucleou duro" do MPLA e da sua bancada parlamentar, mas a sorte desta procuradora dependerá dos 29 procuradores que compõem a massa eleitoral 

As procuradoras Eduarda Rodrigues Neto, directora do Serviço Nacional de Recuperação de Activos (SENRA), e Inocência Gonçalo Pinto, directora da Direcção Nacional de Prevenção e Combate à Corrupção (DNPCC), são as únicas mulheres na disputa a Procurador-Geral da República (PGR). No total são dez candidatos, incluindo o cessante e o vice-procurador-geral, Hélder Fernando Pitta Gróz e Luís de Assunção Pedro da Mouta Liz, respectivamente.

Nesta segunda-feira, decorre o processo de eleição no Conselho Superior da Magistratura do Ministério Público (CSMP), órgão presidido pelo candidato cessante. O novo procurador-geral será escolhido por 29 membros e os candidatos membros (o actual e o vice) não terão direito a voto, apurou O Telegrama.

Especialista na área criminal, Eduarda Rodrigues é tida como a preferência do Palácio da Cidade Alta e do MPLA, o partido governante. Sobrinha do ex-ministro de Estado e da Casa de Segurança do Presidente da República, Pedro Sebastião, Eduarda Rodrigues, que já foi directora de Intercâmbio e Cooperação Internacional, é o rosto das negociações com vários potenciais arguidos na recuperação dos activos da política anticorrupção do Presidente João Lourenço.

Mas para chegar ao pódio do 6.º andar do Palácio da Justiça, a sede da PGR, esta antiga funcionária sénior da petrolífera britânica BP (British Petroleum) terá de passar pelo crivo dos 29 procuradores eleitores, devendo constar entre os três mais votados.

Inocência Gonçalo Pinto, a directora da Direcção Nacional de Prevenção e Combate à Corrupção (DNPCC), é a que goza de maior simpatia entre os procuradores. Goza também de simpatia de uma franja da OMA, o braço feminino do Kremlin.

Após a histórica nomeação de Exalgina Gambôa e Laurinda Cardoso a juízas-presidentes dos tribunais de Contas e Constitucional, João Lourenço poderá nomear a primeira mulher no cargo de PGR, caso uma das duas candidatas venham a ser um dos três candidatos mais votados. “É pouco provável que o presidente venha a renovar o mandato do actual procurador”, disseram em off and record dois membros dos Bureau Político.

Desde a sua institucionalização, a PGR teve cinco procuradores, nomeadamente Antero de Abreu, Domingos Culolo, Augusto Carneiro, João Maria de Sousa e Hélder Piita Gróz.

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