Em Foco

Investimentos em energia mundial alcançarão US$ 3,3 triliões em 2025

Bernardo Bunga

7 Junho, 2025 - 11:14

Bernardo Bunga

7 Junho, 2025 - 11:14

A décima edição do relatório Investimento Mundial em Energia, publicado no corrente mês pela Agência Internacional de Energia (AIE), revela uma tendência clara sobre os investimentos globais no sector energético, que deverão alcançar a cifra dos US$ 3,3 triliões em 2025, traduzindo-se em uma expansão real de 2% em relação a 2024

Segundo o relatório Investimento Mundial em Energia, do montante total do capital projectado para o sector da energia, aproximadamente US$ 2,2 triliões serão alocados colectivamente a tecnologias e infraestruturas voltadas à transição energética, incluindo fontes renováveis, energia nuclear, redes eléctricas, armazenamento, combustíveis de baixa emissão, iniciativas de eficiência energética e electrificação, valor que representa o dobro dos US$ 1,1 trilião estimados para os sectores convencionais de petróleo, gás natural e carvão.

Os dados do relatório indicam que cerca de 70% do crescimento global nos gastos com transição energética foi protagonizado por países importadores líquidos de combustíveis fósseis. A China lidera esse movimento com uma estratégia de longo prazo voltada à redução da dependência de importações de petróleo e gás, aliada à ambição de firmar sua posição de relevância em sectores emergentes de tecnologia limpa.

“Em 2024, o investimento em energia limpa da China foi de mais de US$ 625 biliões, quase dobrando desde 2015”, lê-se no documento.

“Na Europa, o avanço dos investimentos em renováveis e eficiência energética ganhou tracção a partir da crise desencadeada pela invasão da Ucrânia pela Rússia e pela consequente ruptura no fornecimento de gás por gasoduto choque que redefiniu, em tempo recorde, as prioridades da política energética continental”, destaca o relatório.

O documento faz ainda referência que a Índia registou uma recuperação robusta nos gastos com energia solar. Já os Estados Unidos respondem por aproximadamente 20% do acréscimo global.

A trajectória da África, no entanto, apresenta uma dinâmica particular dentro do cenário global. Durante a última década, aproximadamente metade dos investimentos energéticos no continente esteve concentrada em petróleo e gás, capitaneados maioritariamente por empresas privadas com foco na exportação e não na oferta doméstica.

De acordo com o documento, até 2021, os aportes em energia limpa mantiveram-se estagnados abaixo da marca de US$ 30 biliões anuais, revelando a dificuldade histórica de atrair capital para infra-estrutura energética sustentável em mercados considerados de maior risco.

Entretanto, esse cenário começou a transformar-se nos últimos anos, a combinação entre a queda acentuada nos custos globais de tecnologias limpas e a crescente competitividade da energia solar fotovoltaica, hoje, a fonte de menor custo em muitos países africanos impulsionou uma inflexão significativa nos fluxos de capital.

O resultado foi uma triplicação dos investimentos privados em energia limpa no continente berço, que saltaram de cerca de US$ 17 biliões em 2019 para quase US$ 40 biliões estimados em 2024, com destaque para o crescimento em projectos de baixa emissão.

Partilhar nas Redes Sociais

error: Content is protected !!

Leia o principal veículo de informação financeira de Angola

CONTEÚDO PREMIUM DESDE

AOA 1.999/Mês