Finanças & Wall Street

Banco da China afunda 85% em lucro em 2023

06-05-2024 9:09

Antunes Zongo

Editor-Chefe

06-05-2024 9:09

Antunes Zongo

Editor-Chefe

Foi um ano de pesadelo na sucursal angolana do banco chinês, que viu o seu lucro afundar drasticamente. Entidade explica que o resultado foi contaminado, entre outros factores, pelo aumento dos custos com pessoal em cerca de 30%

A sucursal do Banco da China registou o seu maior tombo em lucro dos últimos três anos, de acordo com os dados constantes em seu relatório e contas do ano transacto. Foi um recuo de levar as mãos à cabeça, com os lucros do banco a afundar 85% em relação ao período homólogo, tendo em conta que o banco obteve um resultado líquido de 323,8 milhões de kwanzas, contra 2,1 mil milhões de kwanzas em 2022.

No documento, a entidade, cujo gestor máximo é Yang Haiyong, justifica os maus resultados com o aumento dos custos com pessoal em cerca de 30%, depreciações e amortizações em cerca de 104% em relação ao ano anterior, bem como as provisões.

O banco fundamenta, ainda, ter aumentado os custos com pessoal devido à depreciação cambial que “onerou o custo com o pessoal expatriado”, quando tomados em moeda local, o kwanza. Quanto às amortizações e depreciações, os chineses explicam que se deveu ao aumento da rubrica “outros activos tangíveis”.

De negativo na sucursal do Banco da China em Angola não foi apenas os seus resultados líquidos. Em termos de activo total, a entidade financeira emagreceu 17% face a 2022, dado que se fixou em 40,6 mil milhões de kwanzas.

De salientar que o produto da actividade bancária registou uma redução de 42% face a 2022, como resultado da redução na margem financeira (- 7% em relação a 2022) estimada em 1,7 mil milhões de kwanzas, e na Margem Complementar (-66% em relação a 2022), fixada em 942,1 milhões de kwanzas.

A queda significativa na “Margem Complementar”, segundo justifica o banco, “deveu-se ao fraco desempenho das actividades cambiais que resultou numa queda da rubrica de ‘Resultados Cambiais’ em cerca de 61%”, lê-se no relatório.

Apesar dos resultados pouco abonatórios, no documento, o banco diz que continua a ser uma entidade financeira resiliente, tendo em conta que o seu rácio de fundo próprio é superior ao determinado pelo Banco Nacional de Angola, enquanto órgão regulador.

No seu parecer de fundamentação às contas do banco, a PwC, enquanto auditor independente, sublinhou que as contas foram apresentadas de forma apropriada em todos os aspectos materiais, desde a “posição financeira e o seu desempenho financeiro e fluxos de caixa relativos ao ano findo naquela data de acordo com as Normas Internacionais de Relato Financeiro (IFRS)”.

O Banco da China concentra a sua actuação no investimento e cooperação comercial China-Angola, “com base nas vantagens globais do Grupo e que apoia projectos de cooperação China-Angola que beneficiem a subsistência da população local, as indústrias pilares e projectos orientados para a diversificação da economia local através de financiamento local ou transfronteiriço, investimento transfronteiriço e comercial”, lê-se no documento.

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