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Petróleo em números: EUA no topo, Irão no radar

Bernardo Bunga

28 Junho, 2025 - 08:23

Bernardo Bunga

28 Junho, 2025 - 08:23

Apesar das sanções e das tensões geopolíticas persistentes, o Irão firmou-se, em 2024, como um actor chave no mercado energético global, produzindo 4,7 milhões de barris por dia de petróleo bruto e líquidos de gás natural, segundo dados da Administração de Informação de Energia dos Estados Unidos. Este volume posiciona a República Islâmica como o sexto maior produtor mundial de petróleo

Mais do que a contribuição volumétrica à oferta global, o Irão tem uma posição geoestratégica que lhe confere um papel potencialmente “desestabilizador” no equilíbrio energético internacional.

Localizado na ligação entre o Golfo Pérsico, no Médio Oriente, é conhecido como um braço do mar da Arábia, entre o Irão e península da Arábia, e o Mar de Omã, um golfo que conecta o Mar Arábico com o Estreito de Ormuz, estreito onde o país tem uma influência directa, uma abertura marítima por onde transita cerca de 20% de todo o petróleo bruto comercializado no mundo.

Qualquer tentativa de interdição desta passagem estreita e vital para o fluxo energético global teria implicações imediatas e severas para os mercados internacionais, intensificando a volatilidade de preço e ameaçando cadeias de abastecimento em escala mundial.

Segundo reportou a mídia estatal iraniana, o parlamento formalizou um apelo pelo fechamento do Estreito de Ormuz, um dos mais engenhoso corredores marítimos para o transporte de petróleo no mundo. O pedido legislativo, que ocorre num momento de intensificação das tensões entre Teerã e Washington, levanta preocupações sobre a possibilidade de uma disrupção no fluxo de petróleo do Golfo Pérsico.

Em uma esfera global ainda profundamente marcado pelas incertezas geopolíticas e transições energéticas em curso, os Estados Unidos da América (EUA) consolidaram, em 2024, a sua posição como o maior produtor mundial de petróleo bruto e líquidos de gás natural. De acordo com dados da Administração de Informação de Energia dos EUA (EIA, na sigla em inglês), a maior economia do mundo foi responsável por 22% da produção global desses combustíveis fósseis, com uma média diária de 22,7 milhões de barris.

Com 10% cada do total da produção mundial de petróleo bruto e líquidos de gás natural, a Arábia Saudita, o maior produtor de petróleo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e a Rússia asseguram o segundo e o terceiro lugares no ranking global, respectivamente.

Assim, os três do topo, EUA, Arabia Saudita e Russia, foram responsáveis de cerca de 64% da produção de petróleo bruto e líquidos de gás natural a nível mundial em 2024.

Após os líderes tradicionais Estados Unidos, Arábia Saudita e Rússia, o ranking de 2024 é completado por Canadá, destacando-se como o quarto maior produtor mundial, com cerca de 6% (6 milhões de barris por dia) da produção global. A China aparece logo em seguida, com uma participação de 5% (5,3 milhões de barris por dia).

O Irão, mesmo sob o fardo de sanções internacionais e restrições logísticas severas, assegura uma contribuição de 5% (4,7 milhões de barris por dia) para a produção global.

Já o Iraque, com 4% (4,5 milhões de barris por dia) do total mundial, continua a consolidar a sua recuperação pós-conflito e ampliar sua capacidade produtiva. O Brasil encerra o grupo com 4% (4,3 milhões de barris por dia) da produção global, tornando-se o protagonista da América do Sul no sector energético.

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