Finanças & Wall Street

Investimentos líquidos do FSDEA rendem US$ 160 milhões em 2024

José Praia

14 Setembro, 2025 - 09:01

José Praia

14 Setembro, 2025 - 09:01

O Fundo Soberano de Angola (FSDEA) divulgou o seu Relatório e Contas referentes ao exercício económico de 2024. De acordo com o documento, a carteira de investimentos da instituição, foi avaliada em US$ 2,43 mil milhões, representando um crescimento de 6,94% em comparação aos US$ 2,28 mil milhões registados no período homólogo de 2023

De acordo com os dados extraídos do Relatório e Contas 2024, o investimento líquido da entidade gerou rendimentos de US$ 160 milhões, traduzindo-se em um retorno de 9,5% sob o valor investido em renda variável no mercado financeiros internacionais com maior alocação na América do Norte e em sectores estratégicos como tecnologia, financeiro, telecomunicações e indústria.

‎O relatório da entidade de investimento do governo, que gere e investe as reservas financeiras do país, explica que os investimentos líquidos incluindo as disponibilidades reservadas, foram alocadas aos investimentos e as aplicações de liquidez (depósitos à prazo e outras aplicações de curto prazo), e o seu retorno situou-se acima da expectativa média de retorno anual que foi previsto em 5% na Estratégia de Alocação de Activos (EAA) do FSDEA.

‎A prestação de contas do Fundo Soberano traz à tona a tendência de valorização da sua carteira de activos, com destaque no desempenho positivo das duas áreas de negócio que estruturam a estratégia de investimentos da instituição.

‎A primeira área de negócio, designada investimentos líquidos, registou um crescimento de 7,05% em 2024, situando-se em US$ 1,73 mil milhões, contra os US$ 1,62 mil milhões contabilizados no exercício anterior. Em paralelo, os investimentos alternativos, segunda área de negócio do FSDEA, igualmente tiveram uma performance positiva, ao avançar 6,67%, passando de US$ 660 milhões em 2023 para US$ 704 milhões em 2024.

‎‎As origens dos rendimentos que formaram a carteira de investimentos líquidos são provenientes de renda variável. “Os rendimentos são maioritariamente provenientes da classe de renda variável, composta por acções, dos quais mais de 65% alocados na América do Norte e em sectores estratégicos como tecnologia, financeiro, telecomunicações e indústria”, lê-se no relatório.

‎Para equilibrar o perfil de risco da carteira de investimentos líquidos, a equipa comandada por Armando Manuel, investiu em títulos de renda fixa governamentais, maioritariamente dentro do G7, em títulos “seguros”, com uma duração média entre 3 a 7 anos e com uma boa qualidade de risco, dentro do grau de investimento (Aaa-Baa), conforme a avaliação de agências de rating internacionais, como a Moody’s.

‎No período em análise, o Fundo Soberano de Angola (FSDEA) apresentou uma radiografia da sua segunda área de negócio, correspondente aos investimentos alternativos. Segundo os dados do relatório e contas da entidade, esta fatia da carteira esteve estruturada em duas componentes distintas.

‎Os números mostram que os investimentos ou participações societárias constituíram o núcleo central desta rubrica, absorvendo cerca de US$ 317,38 milhões.

‎A segunda componente registada diz respeito a valores a receber, contabilizados em US$ 94,95 mil, traduzindo compromissos financeiros de curto prazo ainda em fase de liquidação.

‎A peça de relato financeiro revela que, ao longo do ano passado, foi desmobilizado um montante de US$ 52 milhões de recursos da carteira de investimento líquida e foi alocada a carteira de investimentos alternativos, para aquisição de participações sociais em instituições financeiras multilaterais, nomeadamente, Africa Financial Corporation (AFC), Trade Development Bank (TDB) e Africa Export and Import Bank (AfreximBank).

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José Praia Pedro

EDITOR DE EMPRESAS & MERCADOS

No início do verão de 2024 juntei-me à equipa de jornalistas da revista O Telegrama, dividido entre a Editoria de Economia & Oil e a Editoria de Empresas & Mercados. Professor de matemática, fiz licenciatura em Economia na Faculdade de Economia da Universidade Agostinho Neto (UAN). Tenho a responsabilidade de manter debaixo de olho tudo o que se passa no panorama dos negócios empresariais e, sobretudo, nos mercados financeiros domésticos e internacionais, desde a ‘Bolsa de Luanda’ (BODIVA), de New York Stock Exchange (NYSE) e NASDAQ, passando pela chinesa Shanghai Stock Exchange Euronext; Hong Kong, Saudi Exchange até a Bolsa de Valores de Londres ou, se preferirem, London Stock Exchange.

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