Finanças & Wall Street

Lucros do BAI caíram 25% no quarto trimestre para US$ 164 milhões

Adnardo Barros

05-02-2025 9:20

Adnardo Barros

05-02-2025 9:20

A descida dos lucros no último trimestre, que engloba os dados de Janeiro a Dezembro, não contrasta com a expectativa do mercado, a julgar pelas quedas acentuadas que o banco com sede no Complexo Garden Towers vinha reportando. Desde o início de 2024, a equipa de Luís Lélis viu não só os lucros derraparem, mas também assistiu a uma ligeira redução do activo e outras componentes das demonstrações financeiras

O Banco Angolano de Investimentos (BAI) reportou uma queda dos lucros no último trimestre de 2024, ao registrar 149 mil milhões de Kwanzas (AOA), equivalente a 164 milhões de dólares norte-americano (US$), 25% abaixo dos AOA 199,5 mil milhões (US$ 241 milhões) contabilizados em 2023.

Com este resultado, ainda não revisados pelo auditor externo, o banco liderado por Luís Rodrigues Lélis, coadjuvado por 6 administradores executivos, cai do pódio que havia ocupado, temporariamente, no exercício económico de 2023, altura em que superou o Banco de Fomento Angola (BFA), o gigante da banca nacional em lucro durante décadas.

Da leitura das demonstrações financeiras da entidade bancária fica evidenciado que a queda foi originada, entre outros factores, pelo mau desempenho nas operações cambiais, créditos no sistema de pagamentos e na redução de investimentos em títulos e valores mobiliários.

Por exemplo, nos últimos três meses do ano em análise, o banco não teve registo de trocas comerciais e os investimentos em títulos e valores mobiliários caíram 23% para AOA 1,5 biliões (US$ 1,6 mil milhões), quando, no período homólogo, o registo foi de AOA 1,9 biliões (US$ 2,3 mil milhões).

Por outro lado, os gestores executivos viram os créditos no sistema de pagamentos reduzirem 100% para AOA 296 milhões (US$ 324 mil).

Observou-se, também, um ligeiro recuou de 1% nos recursos de clientes – que engloba os depósitos, financiamentos e empréstimos-, embora tenha permanecido nos AOA 3,6 biliões (US$ 4 mil milhões). As provisões, outra rubrica do passivo, caíram 26% para AOA 28 mil milhões (US$ 30 milhões).

O Banco Angolano de Investimentos notou ainda uma ligeira descida de 0,3% no activo, estando agora a valer 4,5 biliões (US$ 4,9 mil milhões).

Uma boa notícia foi o aumento na sua liquidez, que teve uma alta de 51%, com o saldo da rubrica caixa e disponibilidade a sair de 699 mil milhões (US$ 844 milhões) para pouco mais de AOA 1 bilião (US$ 1,1 mil milhões).

Outro aumento foi a sua carteira de crédito, que teve um crescimento de 52% para AOA 707 mil milhões (US$ 775 milhões).

No ano passado, os fundos próprios calcularam-se em 561 mil milhões (US$ 616 milhões), representando um aumento de 27%, tendo em conta que, em 2023, o registo foi de AOA 441 mil milhões (US$ 533 milhões).

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Adnardo Barros

EDITOR DE FINANÇAS & WALL STREET

Adnardo José Barros é Editor de Finanças & Wall Street no O Telegrama. Começou a carreira de jornalista económico em 2021 no Jornal Mercado e, mais tarde, pela Forbes África Lusófona. Licenciado em Economia pela Universidade Católica de Angola (UCAN), foi técnico de contas no Banco BAI Microfinanças (BMF) e possui ainda formações em auditoria, contabilidade e fiscalidade.

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